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Creio que neste ano não comecamos com muita sorte. Não porque temos uma interpretacão do futuro que nos reserva rancores e maus agouros. Não porque o politicamente correto nos impele a criticar os tempos modernos e fazendo juízo de valor até para o tamanho dos dedos dos pés, afinal, quem tem o primeiro pododáctilo menor que o segundo boa coisa não é, mas porque comecamos o ano sem Daniel Piza. Para quem não o conhece sugiro fortemente que conhecam seus trabalhos. Homem renascentista, desses que acreditam que o conhecimento está interligado e que, sim, é possível escrever e se dedicar a diversos assuntos.

Renascentista… vejamos bem, palavra esta tão na moda, mas que esconde uma enorme hipocrisia. Segundo o produtor de The Big Bang Theory, o público gosta dos enigmas e charadas apresentados ao final de cada episódio, algo muito comum na Idade Média. Frequentemente falam de uma volta relativa ao Renascimento, pois há uma tendência à interdiciplinaridade, a ter uma conhecimento menos especializado e  mais generalizado. Mas quantas das pessoas realmente incorporam estes hábitos em suas vidas? Vejo é muito preconceito quando um matemático resolve estudar neurologia para pesquisar modelos para o cérebro humano, tanto da parte de matemáticos quanto dos neurologistas. Vejo é muito preconceito quando falam que quem estuda Humanas precisa saber mais Física, Química e Matemática ou que engenheiro precisa ter uma formacao humana mais aprofundada.

É inegável constatar que os mais diversos conhecimentos estão se aproximando enormemente. Não é mais necessário trabalhar apenas em áreas correlatas. Mas, mesmo assim, me parece ser algo que ainda habita o Mundo das Idéias, afinal, quando alguém, próximo a você vem com uma formacao renascentista, ou nem isso, vem de uma das tantas áreas estereotipadas o que você faz? Segue o preconceito.

Esse, por exemplo, é um dos problemas da tecnologia. Vivemos numa era centrada no uso de computadores, tabletes, gadgets e tantos outros maquinários eletrônicos, mas os responsáveis por suas invencões costumam ser um dos mais tipificados possíveis (ao menos, claro que você trabalhe no Facebook, Google ou Apple). Mais, os que geram os conhecimentos básicos para aqueles, cada vez mais são escassos e recebem os piores salários. E, por sua vez, estes acabam a se fechar de tal modo que, a exemplo de passáros das ilhas Galápagos, apoiam a tese de que são suis generis.

Este é o nosso Neo Renascentismo?

Até,

Búfalo