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Sempre me perguntei porque a produção de carvão, embora lenta, não continuava nos dias atuais. Estudamos que o processo de produção deste combustível fóssil ocorreu há milhões de anos, mas, por mais que o consumo deste seja intenso, deveria haver uma produção deste em taxa pequena, certo? Errado!

Algo não muito comentado é que a produção de carvão na Terra cessou por volta de duzendo milhões de anos atrás, mas por quê? Há 500 milhões de anos surgiu um novo de tipo de planta, com ligno-celulose, fundamental para que isto ocorresse. Mas não só: agora pesquisadores, através do estudo do genoma de fungos, descobriram que a capacidade de degração de madeira, ou seja, de plantas atuais, com ligno-celulose, surgiu neles por volta de 200 milhões de anos atrás. Ou seja, antes, por não haver ser vivo capaz de degradá-la, as madeiras ficavam ao léu, por longos períodos até serem encorbertas por massas de terra e darem origem a todo aquele processo de produção de carvão que já conhecemos. Esse processo lentíssimo, permitiu o surgimento deste tipo de combustível, mas desde então, não há mais produção de carvão.

O que mais me chama a atenção é como nos encaixamos neste processo evolutivo. Para os fungos é uma tremenda evolução, mas se eles tivessem evoluído um pouco mais cedo, o que seria de nossa Era Industrial? Talvez ainda não tivesse surgido, talvez demorasse um pouco, até que entrássemos direito em algo como a Segunda Revoluação Industrial. Quem sabe? Mas esses mesmo fungos estão presentes em vacas, no processo de digestão de material vegetal. Então sem essa evolução poderíamos ter carvão à vontade, porém… não vacas… Enfim, o tempo correto de toda a evolução nos permitiu construirmos a civilização atual, baseada em dois grandes produtos agora paradoxais, carvão e vacas.

Até,

Búfalo